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Foto do escritorBeatriz Melo

Só! Só. Somente só...

Atualizado: 22 de mar. de 2023

A solitude e o prazer em estar acompanhado de si mesmo


Como você se sente com a sua própria companhia?


Vivenciar a solitude é um dos desafios mais profundos a se encarar. É preciso compreender que o termo não consiste em se isolar definitivamente do mundo e sim em sentir-se bem nos momentos em que se está desacompanhado. Entramos e saímos deste mundo sozinhos, mas ao longo da vida vamos aprendendo a nos comportar, apreciar e até mesmo a depender da presença do outro.


O convívio social tem início na família, se amplia para o ambiente escolar, cresce para o círculo de amizade, transita pelas relações de trabalho e se estende para o contato com a sociedade em geral. Ainda assim, cada indivíduo se diferencia do outro e necessita de momentos de reclusão e encontro com o seu eu.


O jovem paulistano Carlo Dorsi, se reconhece em uma fase recheada pela solitude, cuja definição se distancia de sofrimento. Ela propõe um mergulho no autoconhecimento e o movimento de sentir-se bem nos momentos em que você é a sua própria companhia.



Doutora em psicologia e responsável pelo CEPSI - Centro de Estudos em Psicologia, Maria Alice Lustosa (CRP 05/1719) afirma que é fundamental procurar uma ajuda psicoterapêutica para auxiliar no processo de autoconhecimento. Além disso, criar possibilidades e estratégias para aproveitar a própria companhia, tal como ler um livro, fazer um trabalho manual, sair de casa, não fazer nada, etc. Dentro deste processo, vale observar como você se sente. A solitude vem acompanhada de felicidade, bem-estar. Caso o sentimento de tristeza se instale em uma profundidade atípica, não hesite em buscar ajuda.


Será possível viver sozinho?


De acordo com a série "SOLIDÃO", disponível no canal do YouTube, "Prazer, Karnal", do professor e doutor em história pela Universidade de São Paulo, Leandro Karnal, compreendemos as dinâmicas vitais entre o estar só e o viver em comunidade. Segundo ele, é preciso ter consciência interna de que nunca seremos outra pessoa e que não somos uma consciência isolada neste universo. Num jogo entre o homem individual e o homem grupal é que constituímos a humanidade. Nos tornamos fortes pela capacidade de socialização e compartilhamento de atividades. Entre solidão e solitude, nada mais saudável do que experienciar a possibilidade de continuar sendo você mesmo.



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